1ª edição da Arena Aberta debateu os desafios de desenvolver fontes de energia para projetos das Forças Armadas e para a sociedade.

29/09/2017 14:37

A 1ª edição da Arena Aberta, evento realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Exército e UFSC ocorreu nesta quinta-feira (28), em Florianópolis. O tema do evento foi o desenvolvimento de fontes de energia com aplicações nas demandas da sociedade e das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea). Empresários, pesquisadores, professores e militares concordaram que o tema é uma preocupação mundial e que as fontes são abundantes, mas o desafio é armazenar e melhorar o desempenho dos produtos.

Na abertura da Arena, o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, disse que o vigor e a diversidade da indústria catarinense têm gerado uma dinâmica diferenciada para o Estado quando comparado com o desempenho dos demais Estados. Essa diversidade outorga a Santa Catarina o título de indústria mais diversificada do País, maior que a média brasileira e a região sul, o que garante equilíbrio.

O general Juarez Aparecido de Paula Cunha, chefe do departamento de ciência e tecnologia do Exército, disse que a entidade sempre teve um papel de protagonista no desenvolvimento científico e tecnológico, desde a criação do Instituto Militar de Engenharia (IME) em 1792. Lembrou que as primeiras fábricas de pólvora do País nasceram no Exército, que também participou expressivamente da criação da Vale do Rio Doce e da Petrobras.

Em seu pronunciamento, o pró-reitor de pesquisa da UFSC, professor Sebastião Roberto Soares, falou sobre o papel das universidades no desenvolvimento social do País. “A universidade forma pessoas e produz conhecimento que gera o crescimento e a soberania científica e tecnológica. Hoje a UFSC está entre as quatro melhores universidades do País. Grande parte desse resultado se dá pela interação com o setor produtivo”, disse.

O gerente de implantação da Agência de Gestão e Inovação Tecnológica do Exército, tenente-coronel Leonardo Oliveira de Araújo, disse que há uma demanda grande e crescente por energia elétrica no mundo. Em particular, por energias limpas, e citou como exemplo dessa tendência os carros elétricos, que nos próximos anos devem substituir os que utilizam combustíveis fósseis. Inclusive há países com data limite para encerrar a produção de carros movidos a combustíveis fósseis.

Em sua apresentação, o professor do IME, Robson Pacheco Pereira, lembrou que as fontes de energia são cada vez mais requisitadas, muito por causa das tecnologias que se popularizaram. Como exemplo citou o celular, que tem cerca de 5 bilhões de usuários no mundo. Neste caso, o desafio é incorporar uma bateria que dure muito tempo e possa ser carregada de outra forma, sem a dependência do carregador e uma tomada. Ele também chamou a atenção para os equipamentos de vestir (wearable technology), que são roupas e acessórios que ganham outras finalidades, como uma peça que a pessoa veste e tem a função de medir os sinais vitais – isso é importante principalmente para o trabalho em áreas remotas. O Google Glass, óculos que permite a interação com conteúdos de realidade aumentada, é outro exemplo. Boa parte dessas tecnologias têm como base o grafeno, material derivado do grafite, duzentas vezes mais resistente que o aço, condutor de eletricidade mais eficiente que o cobre, com aplicações que vão da atividade aeroespacial à medicina.

Notícia retirada do site da FIESC.