Equipes multidisciplinares de competição da UFSC aguardam aprovação de regulamentação normativa

19/09/2016 11:19

Atualmente, o Campus da UFSC de Florianópolis tem seis equipes, como a Ampera Racing (Equipe de Fórmula Elétrico), Baja UFSC (Equipe de Mini Baja), Céu Azul (Equipe de AeroDesign), E³ (Equipe de Eficiência Energética), Fórmula UFSC (Equipe de Fórmula Combustão) e Vento Sul (Equipe de Barcos Solares). Todas elas são multidisciplinares, e estão localizadas no Departamento de Engenharia Mecânica, que inclusive, é o curso onde se concentra o maior número de integrantes das equipes.

Também existem equipes de competição no Campus de Joinville, são sete equipes do Centro de Engenharias da Mobilidade (CEM), a CEM Asas (Equipe de AeroDesign), Baja CEM (Equipe de Mini Baja), Barco Solar Babitonga (Equipe de Desafio Solar), EFICEM (Equipe de Eficiência Energética), Kosmos (Equipe de Foguetes), Fórmula CEM (Equipe de Combustão e Elétrico) e BOTCEM (Equipe de Robótica).

A ideia do projeto UFSC Compete nasceu em 2007, com o intuito de unir todas as equipes em um único espaço e criar um ambiente inovador. O objetivo das competições é de introduzir os estudantes no meio de trabalho coletivo, levando em conta o aprendizado sobre projeto, gestão e coletividade e aproximando os alunos ao mercado. A regulamentação normativa das equipes de competição deve ser aprovada pelo Conselho Universitário no dia 27 de outubro. A proposta já foi aceita pela Câmara de Extensão, com o propósito de representar a UFSC em competições de cunho acadêmico.

Embora os participantes estejam mais reunidos nas engenharias, do Centro Tecnológico (CTC), já foram envolvidos membros de diferentes cursos, como psicologia, administração, química, jornalismo, engenharia ambiental e design. Hoje, a equipe mais heterogênea, se tratando de alunos da graduação, é a Vento Sul.

Neste momento, não existem alunos de outras áreas que não sejam as tecnológicas e exatas. Porém, segundo o professor e doutor Engenheiro, Rodrigo de Souza Vieira, as competições estão concentradas nas engenharias, basicamente por causa do perfil delas “são competições de engenharia, a maioria é pra fazer veículo, então é necessário engenharia pra isso”, mas afirma que é importante que cada vez mais as equipes incluam estudantes de outros cursos.14359622_948233388620560_630534626_o

Seleção

As equipes fazem processos seletivos para novos membros, pelo menos uma vez por ano. Cada uma possui sua particularidade, são feitas divulgações no CTC, para que a pessoa se inscreva e deixe suas informações. Depois são realizadas entrevistas e uma seleção prévia sobre os perfis dos inscritos, que são escolhidos de acordo com a necessidade da equipe e dos projetos a serem desenvolvidos.

Cada uma das equipes tem um cronograma fixo para as competições e contam com um professor orientador para os projetos. Entretanto, os alunos são responsáveis pela própria criação e desenvolvimento, e geralmente é fornecida certa liberdade para instigar a criatividade deles. Contudo, dependendo do regulamento das competições, algumas ideias são restringidas, já que os critérios básicos de avaliação não podem ser ignorados.

Um dos grandes desafios de desenvolver os projetos é o investimento, já que a universidade fornece a parte de logística, como o transporte dos alunos e veículos. Entretanto, a grande parte de gastos é de responsabilidade dos integrantes. Para isso, são utilizados mecanismos como a venda de ingressos para festas, brindes, camisetas, bonés e chaveiros. Em casos mais específicos, alguns apoios contribuem na forma financeira, que é muito mais raro, ou na de serviço.

As competições brasileiras também qualificam as equipes para competirem no exterior, que dependendo das colocações, ganham a taxa de inscrição. O foco são competições nacionais, mas se houver um bom resultado, eles viajam para o exterior. Porém, alguns custos são exclusivos do aluno que se dispõe a participar das disputas internacionais.

A participação nas equipes do UFSC compete colabora para a formação do aluno, como o desenvolvimento de soluções inovadoras que são limitadas por regras e regulamentos, noções de gerenciamento e organizações de trabalhos em equipe, conforme as atividades exercidas pelo capitão e as gerencias de diversas áreas da equipe, incentivando o senso de responsabilidade, como afirma o professor do Departamento de Engenharia Mecânica, Rodrigo Vieira. Além de ser uma preparação para o ambiente profissional, os estudantes também tem a oportunidade de representar a Universidade em competições nacionais e internacionais.

SAE

Foi em 1973 que a ideia de competição acabou sendo trazida para as escolas de engenharia, através do Recreational-Ecological-Vehicle (REV), planejado pelo Dr. William R. Shapton. Já em 1976, nasceu a Mini Baja Est, promovida pela Sociedade dos Engenheiros Automotivos – SAE, que depois se tornaria Baja SAE.

A SAE se estabeleceu no Brasil com o intuito de disseminar a tecnologia e o progresso da mobilidade e motivar os estudantes nessa área. Ela desenvolve competições como a BAJA, AeroDesign e Fórmula.

Com o tempo, essas competições foram crescendo, inclusive ao chegar no Brasil. Desta maneira, várias universidades brasileiras passaram a adotar essas atividades para desempenhar uma formação mais ampla para seus alunos. Por isso, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), também começou a fazer parte das competições nacionais, inserida desde a década de 90.

Os grupos estão em constante diversificação de integrantes. Portanto, a solução encontrada para que parte da gestão de conhecimento das equipes não seja invalidada, foi o registro de artigos científicos que tratam sobre os procedimentos usados, como uma maneira de repassar os conhecimentos para novos participantes. No entanto, é um procedimento de experimentação. “Isso hoje ainda é um desafio, um desafio pra todos”, finaliza Rodrigo Vieira.

Karla Quint / Estagiária de Jornalismo / PROPESQ / UFSC

Foto: Karla Quint