Prêmio MCTIC de Métodos Alternativos reconhece o esforço da ciência brasileira de reduzir o uso de animais em pesquisas

30/11/2017 10:46

Durante a entrega do Prêmio MCTIC de Métodos Alternativos, criado para revelar novos talentos e impulsionar a pesquisa científica na área de experimentação animal, o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações reconheceu o esforço de pesquisadores brasileiros na aplicação da ciência em sintonia com o que há de mais positivo no planeta.

O prêmio responde a uma demanda da sociedade para a adoção de métodos alternativos à experimentação animal e demonstra o esforço do MCTIC em aplicar a melhor ciência em benefício da população. “O que vocês fazem está sintonizado com o que há de mais positivo no planeta. É a vontade da sociedade de ver a nossa ciência sendo feita de forma politicamente correta, de maneira que não precisemos mais da utilização dos animais. A sociedade brasileira é grata pela seriedade com que vocês fazem seus trabalhos”, afirmou o ministro Gilberto Kassaab.

Para o presidente substituto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Moraes, atualmente, o país possui regras claras com relação à experimentação animal. “Hoje, temos comissões de ética em todas as instituições que fazem uso de animais em território nacional, e aquelas que não possuem essas comissões agem fora da lei. Somos pioneiros na América Latina na proteção do uso de animais para fins de pesquisa”, declarou.

O Prêmio

Dividido nas categorias Produção Acadêmica e Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, o prêmio recebeu a inscrição de 83 trabalhos, sendo que 78 foram pré-selecionados para a disputa principal – 50 em Produção Acadêmica e 28 em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação. Os primeiros colocados levaram R$ 15 mil cada um; os segundos R$ 7 mil; e os terceiros R$ 3 mil.

A premiação é organizada pelo MCTIC e o Grupo Boticário, com apoio institucional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

“Desde 2000, o Boticário não realiza testes que envolvam o uso de animais nos seus produtos e estabeleceu parcerias com fornecedores e institutos que também não o façam. Sabemos que o futuro a gente constrói hoje e, sobretudo, queremos que ele seja mais sustentável. A tecnologia inovadora Pele 3D, desenvolvida como alternativa para testes de produtos cosméticos, deu ao Grupo Boticário o título de Empresa do Ano no Prêmio ABIHPEC Beleza Brasil 2017, o reconhecimento mais importante do setor de cosméticos, perfumaria e cuidados pessoais no Brasil. A inovação é parte da essência do Grupo Boticário, que sempre investiu em métodos alternativos, e está na vanguarda da tecnologia para cosméticos. É por isso que queremos continuar sendo protagonistas nessa trajetória e inspirar mais pessoas e instituições a abraçarem essa causa conosco”, afirmou o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Boticário, Márcio Lorencini.

Já o representante da Unesco, Fábio Eon, ressaltou que a ciência é um direito humano, com respeito à ética e a todas as formas de vida. “Essa celebração se coaduna com o que a Unesco defende. Temos avançado muito nessas discussões em comissões de bioética pelo mundo. Na América Latina, temos pelos menos 20 comitês de bioética instalados.”

Durante a cerimônia, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC, Jailson de Andrade, reforçou a importância de buscar alternativas que aprimorem ou diminuam o uso de animais em experimentação. “Esperamos que cada vez mais se consiga minimizar o uso de animais na experimentação, e que esses métodos realmente tragam um conforto para a população e para os profissionais da área de saúde”, defendeu.

Fonte: CNPq – Coordenação de Comunicação Social do CNPq