Série “Jovens Pesquisadores” – Projeto 2
A série “Jovens Pesquisadores”, realizada pela Pró-reitoria de Pesquisa da UFSC, tem como objetivo apresentar os projetos aprovados pelo edital “Programa Fapesc de Apoio à Ciência, Tecnologia e Inovação para Jovens Pesquisadores do Estado de Santa Catarina”.
O projeto “Ectomicorrizas de restinga: uma promessa na restauração ambiental e em tecnologias futuras”, coordenado pelo professor Paulo Mioto, do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina, foi contemplado pelo edital 27/2021. O edital Programa Fapesc de Apoio à Ciência, Tecnologia e Inovação para Jovens Pesquisadores do Estado de Santa Catarina – Programa Fapesc Jovens Projetos – SC busca apoiar no crescimento do ecossistema de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI), auxiliando na instalação de jovens pesquisadores nas suas áreas, permitindo o desenvolvimento econômico sustentável do estado e o aumento de qualidade de vida dos catarinenses.
A ectomicorriza é uma associação entre fungos formadores de cogumelos com as raízes de plantas. Essa associação é muito comum em regiões frias, porém no início dos anos 2000 elas foram encontradas em regiões mais quentes, e em 2019 foram publicados os primeiros registros de ectomicorrizas na restinga de Florianópolis. O estudo pretende responder a seguinte pergunta, “será que os fungos são uma das chaves para estabelecimento das plantas na restinga?”, pois esses ambientes apresentam condições desfavoráveis para o crescimento das plantas. A pesquisa busca também comparar as associações entre fungos tradicionais e as encontradas na restinga da capital catarinense.
O projeto surgiu de uma parceria do Departamento de Botânica da UFSC, quando Paulo entrou no programa de pós-graduação em biologia de fungos, algas e plantas (PPGFAP). “Quando foi feita a primeira seleção para o mestrado, eu acabei sem nenhum aluno interessado na vaga que eu oferecia. Foi aí que a Maria Alice Neves, uma micóloga do departamento, deu o primeiro passo para começarmos nossa parceria. Acontece que ela tinha mais alunos do que vagas oferecidas, então veio me perguntar se eu concordava em “adotar” uma aluna dela”, conta Mioto. A partir disso, Mioto começou a estudar a ectomicorriza de um ponto de vista da fisiologia vegetal, e no momento o projeto conta com vários professores dentro e fora do departamento.
A pesquisa irá beneficiar a população indiretamente, ajudando a recuperação da restinga, a médio e longo prazo, o estudo poderá auxiliar na agricultura, através da ectomicorriza melhorar o crescimento de algumas plantas. A pesquisa também dá espaço a novas investigações que podem resultar em compostos produzidos pelos fungos capazes de resultar em medicamentos.
Segundo o professor Paulo Mioto, o edital irá impulsionar e dar visibilidade à pesquisa, permitindo novas parcerias. O maior fruto que a Fapesc proporcionará será a compra de lâmpadas LED específicas para o cultivo de plantas em laboratório, como essas lâmpadas duram muitos anos, elas serão usadas por projetos futuros. O edital também oferece um ano de bolsa de iniciação científica, permitindo o aumento da equipe, “já aproveito, inclusive, para convidar os interessados a visitarem a página do nosso projeto e entrarem em contato para conversarmos”, acrescenta Paulo.
Para mais informações sobre o projeto, clique aqui.
Escrito por: Giovanna Kila
Bolsista de jornalismo da Pró-reitoria de Pesquisa – UFSC
