Elas na Ciência – Débora Peres Menezes
Dia 11 de fevereiro é o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. Pensando nisso e participando da agenda oficial da UFSC, a Pró-reitoria de Pesquisa da UFSC elaborou uma série descontraída, em formato de minientrevista com cinco perguntas. A intenção da série é prestigiar o trabalho das pesquisadoras e a importância de tê-las em nossa universidade.
‘Elas na Ciência’ traz um pouco das pesquisas, da perspectiva e dos conselhos que as cientistas têm para dar àquelas jovens mulheres que almejam ingressar no mundo científico.
A primeira pesquisadora é Débora Peres Menezes, do departamento de Física da UFSC.
Confira a minientrevista:
- Por que decidiu atuar nessa área?
“Tive excelentes professores de física no colégio, onde também havia ótimos laboratórios. Apaixonei-me completa e irremediavelmente pela área.“
- Quais pesquisas está desenvolvendo?
“Trabalho primordialmente com aplicações da física nuclear na descrição de estrelas de nêutrons, que são um dos 3 tipos de remanescentes estelares (os outros 2 são anãs brancas e buracos negros). Esse estudo é muito interdisciplinar e requer cálculos que envolvem a física quântica, a termodinâmica, a relatividade e a física estatística. Também estudo matérias extremas, de baixíssimas densidades e altas temperaturas, como as que ocorreram na origem do universo e que são reproduzidas em pequena escala nos colisores de partículas, como o Large Hadron Collider (do Cern).”
- Já sofreu machismo em seu campo de atuação?
“Sim, mas muitas vezes de forma velada, como uma cantada descabida ou a rejeição de pares pelo fato de eu ter tido uma ascensão profissional inesperada (como ter sido Pró-reitora da UFSC, por exemplo). Em ambientes muito masculinizados, como a física, o machismo é muito forte e, o que é pior, não é aceito como uma realidade pela maioria dos homens. Alguns deles enxergam que um colega é machista ou misógino, mas repetem práticas machistas sem perceber. O machismo é, em muitos casos, um viés realmente inconsciente.”
- Para você, qual a importância de ser uma mulher que produz ciência?
“Produzir ciência preenche a minha vida. Eu adoro o que faço, gosto muito do contato com os estudantes que nos rejuvenesce e acho que poder orientar é um grande privilégio. O fato de eu ser mulher, certamente colabora com a diversidade. O fato de eu ser uma pesquisadora reconhecida serve de modelos para outras meninas.”
- O que diria para uma jovem que almeja ingressar na pós-graduação?
“A vida de cientista é a melhor que existe. Escolhemos nossas pautas de pesquisa, temos contato com pessoas incríveis do mundo todo, podemos pensar e agir livremente. Mas são necessárias muita curiosidade, muito determinação e, sem dúvida, é preciso trabalhar muito.”
Apoiar a ciência produzida pelas mulheres é apoiar a diversidade!
Carlos Venâncio
Bolsista de jornalismo da Pró-reitoria de Pesquisa – UFSC