Cientistas pela UFSC – Jamil Assreuy

15/09/2020 08:37

A Propesq publica a série Cientistas pela UFSC, que dará visibilidade a pesquisadores e seus respectivos trabalhos. A série foi concebida e as entrevistas foram realizadas pelo ex-bolsista de Jornalismo, Eduardo Vargas.

Os tópicos das entrevistas foram categorizados, quando compatível, em: “Quem é?”, que se trata de uma breve biografia e dos melhores momentos; “Magnum Opus”, termo utilizado para denominar a maior obra, que consiste em visibilizar o(s) destaque(s) do pesquisador; “Alma Mater”, termo utilizado para abordar a instituição de ensino que fomentou alguém intelectualmente e sobre a relação do pesquisador com a UFSC; “Mão Estendida”, que descreve as principais parcerias feitas ao longo da carreira do pesquisador; “O que diria para um aluno?”, com recomendações para quem está ingressando ou irá ingressar na área; “Desafios”, que trata dos grandes obstáculos no campo de conhecimento nos próximos anos; e “Um breve panorama”, cuja função é evidenciar como a UFSC está em relação às outras universidades no campo de pesquisa do entrevistado.

A redação dos textos é realização do atual bolsista de Jornalismo, Carlos Venâncio.

Quem é: Jamil Assreuy é formado em Ciências Biológicas, pela Universidade de Brasília (UnB), fez seu mestrado em Farmacologia, na Universidade Federal do Ceará (UFCE) e doutorado em Biofísica, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além de ser o responsável pelo Laboratório de Farmacologia do Óxido Nítrico, localizado no Centro de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ele também já foi coordenador de programa de pós-graduação e pró-reitor de pesquisa.

Jamil, quando pró-reitor de pesquisa da UFSC.

Magnum Opus: Jamil produziu um dos seus principais artigos no ano de 1998, em Florianópolis, o qual repercutiu grandemente entre seus colegas. Nele, mostrou a reprodução dos aspectos da disfunção vascular da sepse administrando um composto que produzia óxido nítrico, substância que tem um papel importante na função vascular quando produzido em pequenas quantidades.

Outro trabalho feito pelo pesquisador, em 2018, mostrou uma substância capaz de melhorar o quadro de sepse, mesmo depois do quadro grave já ter se instalado. Anteriormente, no ano de 2016, foi convidado para ser editor associado da principal revista de farmacologia, British Journal of Pharmacology.

Jamil e Renato Cordeiro, seu orientador de mestrado.

Alma Mater: No departamento de Farmacologia há pesquisadores muito reconhecidos em todo o país e internacionalmente, diz Jamil. Há os que trabalham com memória, doenças degenerativas – como o Mal de Parkinson, aspectos relacionados a envelhecimento, dentre outros. Seu trabalho é voltado para a ciência básica, atuando com tecidos, animais de experimentação e células. O pesquisador estuda sepse há 20 anos e um dos objetivos de sua pesquisa é entender os mecanismos responsáveis pela disfunção cardiovascular, para assim poder retardar o início dela e aumentar as chances de um tratamento efetivo.

Um fato que o pesquisador relata como curioso é que, em 1997, quando chegou para integrar o quadro de servidores da UFSC, era o único que trabalhava com farmacologia cardiovascular. Atualmente há um grupo composto por seis pessoas que trabalham com doenças cardiovasculares, três delas seus ex-alunos.

Jamil e Jorge Guimarães, seu orientador de doutorado.

Mão Estendida: Dentre as colaborações em sua carreira, cita as agências de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC).

O que diria para um aluno: Também aos que desejam atuar na área, o pesquisador diria que é preciso ter vontade, interesse e dedicação, além de muita resiliência para os resultados negativos, tendo em vista que uma boa resposta pode demorar anos.

Desafios: Em seu ponto de vista, a farmacologia não tem o mérito e a divulgação que deveria ter, pois é a área que descobre e estuda mecanismos de novos fármacos e muitas vezes é confundida com farmácia.

Jamil com seu grupo de pesquisa.

Concepção e entrevista: Eduardo Vargas
Redação: Carlos Venâncio