Cientistas pela UFSC – Sergio Ricardo Floeter

29/09/2020 08:35

A Propesq dá continuidade à série Cientistas pela UFSC, com o objetivo de dar visibilidade a pesquisadores e seus respectivos trabalhos. A série foi concebida e as entrevistas foram realizadas pelo ex-bolsista de Jornalismo, Eduardo Vargas.

Os tópicos das entrevistas foram categorizados, quando compatível, em: “Quem é?”, que se trata de uma breve biografia e dos melhores momentos; “Magnum Opus”, termo utilizado para denominar a maior obra, que consiste em visibilizar o(s) destaque(s) do pesquisador; “Alma Mater”, termo utilizado para abordar a instituição de ensino que fomentou alguém intelectualmente e sobre a relação do pesquisador com a UFSC; “Mão Estendida”, que descreve as principais parcerias feitas ao longo da carreira do pesquisador; “O que diria para um aluno?”, com recomendações para quem está ingressando ou irá ingressar na área; “Desafios”, que trata dos grandes obstáculos no campo de conhecimento nos próximos anos; e “Um breve panorama”, cuja função é evidenciar como a UFSC está em relação às outras universidades no campo de pesquisa do entrevistado.

A redação dos textos é realização do atual bolsista de Jornalismo, Carlos Venâncio.

Quem é: Sergio Ricardo Floeter é professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) há 14 anos e, antes de compor o quadro da instituição, permaneceu dois anos e meio em pós-doutorado nos Estados Unidos. Leciona em dois cursos de graduação – Ciências Biológicas e Oceanografia – e na pós-graduação em Ecologia, onde é docente permanente desde o seu início. 

Sergio no Laboratório de Biogeografia e Macroecologia Marinha da UFSC. Foto: arquivo LBMM

Durante sua especialização em Biologia Marinha, teve sua primeira bolsa junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no ano de 1994. Seu primeiro projeto universal com o CNPq foi em 2007.  É bolsista de produtividade em pesquisa desde 2009.

Uma obra que marcou o pesquisador é o livro The Unnatural History of the Sea, do autor Callum Roberts. 

Magnum Opus: Sergio é coordenador de um projeto de grande escala chamado Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha (SISBIOTA-Mar), que está ligado com projetos em outras redes globais. Atualmente é editor na revista acadêmica britânica Journal of Biogeography, onde está publicado seu principal trabalho, de 2008, que já é um clássico da literatura científica, citado mais de 500 vezes.

Alma Mater: Seu local de trabalho é o Laboratório de Biogeografia e Macroecologia Marinha – LBMM. Localizado no departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC, o laboratório sempre esteve envolvido na função de monitoramento da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, em Florianópolis, juntamente com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade de Santa Catarina (ICMBio), no qual Sergio participa do Conselho Consultivo há mais de uma década.

Sergio coletando dados de censos visuais subaquáticos na Ilha de São Tomé, na África. Foto: Luiz Rocha

“Quando entrei na UFSC, eu tinha em mente que construiria um laboratório internacionalmente reconhecido” – esta é a fala do pesquisador que, de uma maneira geral, vê a instituição como fundamental, de qualidade e que o concede muitas oportunidades.

O nome do projeto de extensão vinculado ao laboratório é ‘Popularização do conhecimento da biodiversidade marinha através da produção de mídias didáticas’, que possui um canal no YouTube, cuja intenção é levar as produções realizadas para fora da universidade e para todos os públicos.

Espécie de peixe papagaio (Sparisoma tuiupiranga) descrita pelo prof Sergio e colaboradores. Foto: Osmar J. Luiz

Mão Estendida: Dentre as parcerias, cita a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (FAPESC) – quando coordenava a Rede SISBIOTA; o Instituto Serrapilheira e, também, o apoio da National Geographic – em financiamentos para pesquisas. Em setembro de 2020 começa um novo projeto internacional chamado Mission Atlantic com financiamento da Comunidade Europeia.

O que diria para um aluno: O pesquisador diz que sua área é promissora, pois sempre precisa-se de bons pesquisadores, e para aqueles que desejam ingressar na área ambiental marinha é importante estar ciente de todos os acontecimentos recentes no país, como os derramamentos de óleo, problemas na pesca e a quantidade de lixo no oceano.

Sergio com seus orientandos do Laboratório de Biogeografia e Macroecologia Marinha, onde já foram concluídos 10 doutorados, 20 mestrados e 3 pós-doutorados, além de 25 TCCs.

Desafios: Segundo o pesquisador, obter recursos financeiros para uma maior atuação em campo é um desafio que ronda sua área, tendo em vista que os equipamentos para estudos através de mergulho no mar são caros. Nessa área, lida-se muito com impactos humanos, como a pesca, por exemplo. E um ponto que ele destaca como interessante, seria atuar cada vez mais com as comunidades costeiras afetadas.

Sergio fotografando espécies de peixes no litoral de Santa Catarina. Foto: Roberta Bonaldo

Um breve panorama: Em relação aos parâmetros de estrutura da universidade na área de ecologia e biologia marinha, o pesquisador diz que “Estamos bem ranqueados e toda a construção à longo prazo fez o laboratório da UFSC estar entre os melhores do mundo. Essa conquista é uma grande vitória, tendo em vista os recursos disponíveis no Brasil.”

Concepção e entrevista: Eduardo Vargas
Redação: Carlos Venâncio