Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação

Dia 11 de fevereiro é o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. Pensando nisso e participando da agenda oficial da UFSC, a Pró-reitoria de Pesquisa da UFSC elaborou uma série descontraída, em formato de minientrevista com cinco perguntas. A intenção da série é prestigiar o trabalho das pesquisadoras e a importância de tê-las em nossa universidade.

‘Elas na Ciência’ traz um pouco das pesquisas, da perspectiva e dos conselhos que as cientistas têm para dar àquelas jovens mulheres que almejam ingressar no mundo científico.

A terceira pesquisadora é Selene Maria de Arruda Guelli Ulson de Souza, do departamento de Engenharia Química da UFSC.

Selene Maria de Arruda Guelli Ulson de Souza

Confira a minientrevista:

• Por que decidiu atuar nessa área?

“Sempre gostei da área de Ciências Exatas e Engenharias. Quando iniciei o curso de graduação em Engenharia Química, na UNICAMP, tive a certeza de ter escolhido a profissão correta para mim. Fiz iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado na área de Fenômenos de Transporte, que é uma linha de pesquisa muito importante na Engenharia Química e Engenharia Mecânica. Em quase 40 anos de atuação como professora e pesquisadora, fico cada vez mais apaixonada pela Engenharia Química por ser uma área linda e desafiadora.”

• Quais pesquisas está desenvolvendo?

“Meu grupo de pesquisa vem desenvolvendo projetos na área de Transferência de Massa aplicada a Processos Têxteis, Processos da Indústria de Petróleo, Gás e Petroquímica, Tratamento de Efluentes, Meio Ambiente, Modelagem e Simulação Numérica de Sistemas Químicos. Temos vários projetos de pesquisa e inovação financiados por órgãos de fomento e indústrias, que fornecem recursos financeiros para a melhoria da infraestrutura laboratorial e o pagamento de bolsas para os alunos jovens pesquisadores.”

• Já sofreu machismo em seu campo de atuação?

“Sim, especialmente quando entrei na graduação em 1978 (éramos 6 graduandas numa turma de 70 estudantes) e no início da minha carreira profissional, onde as engenheiras tinham que se destacar muito mais do que os engenheiros para serem respeitadas como profissionais competentes. Hoje este preconceito do trabalho da mulher na ciência vem diminuindo bastante, especialmente pelo aumento da procura feminina por pesquisa e por sua competência no desenvolvimento das atividades profissionais.”

• Para você, qual a importância de ser uma mulher que produz ciência?

“Para mim é uma grande honra ser uma profissional que trabalha com a ciência e ter o reconhecimento dos trabalhos científicos de meu grupo de pesquisa, nacional e internacionalmente. Sem dúvida é muito mais difícil para a mulher conciliar a vida profissional, com as outras funções de mãe, esposa, dona de casa, entre outras. Mas com bastante dedicação, podemos realizar todos os nossos sonhos, através do desenvolvimento da ciência. É uma grande realização contribuir com a formação de recursos humanos de alto nível, como engenheiros, mestres e doutores, que atuarão no mercado de trabalho, transformando a nossa sociedade.”

• O que diria para uma jovem que almeja ingressar na pós-graduação?

“Jovem pesquisadora, recomendo que você se dedique muito aos estudos de pós-graduação, seja competente, responsável, educada, pautada na ética e conquiste os mais altos cargos por seu mérito, espírito de liderança e dedicação ao trabalho. Eu tenho a certeza de que a meritocracia é o único caminho para alcançar o topo de sua carreira profissional. Abrace esta oportunidade de cursar a pós-graduação e a causa de ser uma mulher que faz a diferença, sendo a protagonista para tornar a nossa sociedade mais justa, pois nós mulheres temos a doçura, a garra, o espírito de solidariedade e a competência para isso.”

Programação tem identidade visual da Coordenadoria de Design e Programação Visual/Agecom.

Apoiar a ciência produzida pelas mulheres é apoiar a diversidade!

Carlos Venâncio
Bolsista de jornalismo da Pró-reitoria de Pesquisa – UFSC