Pensamento Coletivo – Matéria 5 – Área “Linguística, Letras e Artes”/ CNPq

27/04/2021 07:00

A Pró-reitoria de Pesquisa apresenta a série “Pensamento Coletivo”. A intenção é divulgar quais estudos estão sendo realizados por alguns grupos de pesquisa da UFSC e suas especificidades. A série será composta por nove matérias, divididas pelas áreas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que mesclam os centros/campus da universidade.

A quinta matéria apresenta dois grupos de pesquisa da UFSC pertencentes à área “Linguística, Letras e Artes” do CNPq.

Criado em 2004, o grupo “Fonética e Fonologia Aplicadas à Língua Estrangeira” atua nas seguintes linhas de pesquisa: aprendizagem e ensino e linguagem e cognição. Está localizado no Centro de Comunicação e Expressão (CCE), da UFSC, e é liderado por Rosane Silveira. O grupo é formado por 25 pesquisadores e 8 estudantes. “Desenvolvemos, junto com nossos orientandos, pesquisas sobre a aprendizagem e o ensino de línguas, tendo como principal foco a percepção, o processamento e a produção da fala em língua estrangeira” – diz Rosane. 

Ela conta que as pesquisas realizadas pelo grupo têm forte interface com o ensino de línguas, o desenvolvimento de tecnologias de fala e com a descrição linguística. “No que diz respeito ao ensino de línguas, nossas pesquisas abordam questões que dificultam a aprendizagem da fala em segunda língua, tendo como foco o sistema sonoro das línguas e fatores individuais dos aprendizes de língua, bem como questões relacionadas ao ensino em sala de aula, à auto aprendizagem e à formação de professores de línguas”.  Alguns dos cientistas do grupo têm formação no campo da fonética acústica e as tecnologias de fala necessitam de profissionais que saibam lidar com segmentação e etiquetagem de sons da fala, por isso a relação dos estudos com o desenvolvimento de tecnologias de fala. “Por fim, nossas pesquisas contribuem com a descrição linguística na medida em que ampliam o conhecimento sobre como se dá a percepção, o processamento e a produção da fala humana por falantes de duas ou mais línguas” – complementa a pesquisadora.

O grupo gerou dissertações de mestrado, teses de doutorado, trabalhos de conclusão de curso da graduação e de iniciação científica. Dois membros foram responsáveis pela criação da “Gradus”, uma revista brasileira de fonologia de laboratório, e outros membros participaram da criação do aplicativo freewareTP – Testes de Percepção / Tarefas de Treinamento Perceptual”. Abaixo, estão livros escritos e organizados por integrantes do grupo: 

ZIMMER, Márcia Cristina; SILVEIRA, Rosane; ALVES, Ubiratã Kickhöfel. Pronunciation Instruction for Brazilians: Bringing Theory and Practice Together. 1. ed. Newcastle upon Tyne: Cambridge Scholars Publishing, 2009. 220p.

ALVES, Ubiratã Kickhöfel; MACHRY DA SILVA, Susiele (Org.); BRISOLARA, Luciene Bassols (Org.); ENGELBERT, Ana Paula Petriu Ferreira (Org.). Fonética e Fonologia de Línguas Estrangeiras: subsídios para o ensino. 1. ed. Campinas – SP: Pontes Editores, 2020. 420p.

KUPSKE, Felipe Flores; ALVES, Ubiratã Kickhöfel; LIMA JR, Ronaldo Mangueira. Investigando os sons de línguas não nativas: uma introdução. Livro a ser publicado pela Editora da ABRALIN.

Saiba mais em Núcleo de Pesquisa em Fonética e Fonologia Aplicada à Língua Estrangeira  e no vídeo de divulgação do grupo.

 

Criado em 2020, o segundo grupo é intitulado “Música e Sensibilidades Humanas”. Ele está localizado no campus Araranguá da UFSC e conta com 2 pesquisadores e 3 estudantes. Sua linha de pesquisa é a música e suas potencialidades à saúde. Francielly Andressa Felipetti é a líder do grupo.

Atualmente, a equipe está desenvolvendo duas pesquisas: uma delas busca identificar os efeitos clínicos de intervenções musicais na saúde de recém-nascidos prematuros, através de uma revisão sistemática da literatura. A outra pesquisa tem a intenção de avaliar os benefícios que a música traz à saúde mental dos participantes de um grupo de canto universitário – o Grupo Staccato, utilizando um questionário em escala Likert, muito comum em pesquisas de opinião.

“De certo modo, ambas as pesquisas incentivam o estudo e o uso da música como uma forma de terapia não invasiva em contextos e populações diferentes. A primeira pesquisa, ‘Revisão Sistemática’, pode nos mostrar os benefícios à saúde de recém-nascidos prematuros ao se adotar intervenções musicais controladas no âmbito de uma unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN)” – conta Francielly. A pesquisadora diz que a UTIN é um ambiente em que os recém-nascidos prematuros permanecem por longos períodos e ficam expostos a estímulos estressantes e dolorosos. Essa revisão sistemática pode incentivar os profissionais de saúde ao uso de terapias musicais específicas nestes espaços. “Já a segunda pesquisa, ‘Saúde mental dos participantes do Grupo Staccato’, pode estimular a criação de projetos e espaços voltados para a música nas universidades, promovendo o bem-estar da comunidade acadêmica e a valorização dos mais diversos ritmos e melodias” – complementa.

 Os dois estudos citados são motivo de prestígio e orgulho para o grupo. Atualmente, a revisão sistemática acerca dos efeitos clínicos da música aos prematuros é a pesquisa mais próxima da conclusão. Francielly diz: “os resultados desse trabalho já foram apresentados em evento na área da saúde e, em breve, serão submetidos em revista internacional para publicação”.

 

Carlos Venâncio
Bolsista de jornalismo da Pró-reitoria de Pesquisa – UFSC

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