Ciclone bomba acelera construção de frota de nanossatélites em Santa Catarina

07/07/2021 09:45

Constelação Catarina, parceria entre UFSC e SENAI, com apoio da Agência Espacial Brasileira, está sendo desenvolvida para dar suporte à Defesa Civil, às áreas de saúde e segurança e ao agronegócio.

ciclone bomba que atingiu Santa Catarina em junho de 2020 foi um dos acontecimentos que acelerou o processo de desenvolvimento do projeto Constelação Catarina, frota de 13 nanossatélites que dará apoio ao desenvolvimento industrial, ao agronegócio, aos projetos de cidades inteligentes e às áreas de saúde, segurança e defesa civil, além de outras aplicações, no Estado.

Projeto Constelação Catarina desenvolverá nanossatélites no Estado – Foto: Divulgação Senai

Projeto Constelação Catarina desenvolverá nanossatélites no Estado – Foto: Divulgação Senai

A frota será construída em Santa Catarina pelo Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados e pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), com apoio da AEB (Agência Espacial Brasileira), participação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e outras instituições.

Segundo o presidente da AEB, Carlos Moura, com recursos tecnológicos mais avançados, apoiados por satélites, as previsões meteorológicas podem ser mais assertivas e alcançar faixas de 15 minutos, possibilitando alertas pontuais que minimizem os efeitos de fenômenos como o ciclone-bomba. Ele destaca, ainda, que o mercado mundial de nanossatélites vem crescendo de 5% a 8% na última década.

reunião Fiesc

Comunicado sobre o desenvolvimento dos nanossatélites feito em conjunto com a Fiesc – Foto: Filipe Scotti/Divulgação/ND

Segundo o anúncio feito pelos diretores da AEB, em 25 de junho, durante uma reunião da diretoria da FIESC (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), o desenvolvimento dos três primeiros nanossatélites da Constelação Catarina começará nos próximos meses.

“Pequenos artefatos, do tamanho de um copo ou de uma caixa de sapatos, conseguem fazer muito mais do que os grandes satélites do passado”, disse  Carlos Moura. “A tecnologia permite que se condense cada vez mais capacidades em pequenos instrumentos”, acrescentou, ao destacar que o projeto se viabilizou graças à destinação de recursos pela bancada federal catarinense, R$ 5 milhões em 2021, e proposta de R$ 10 milhões em 2022.

O diretor de Inovação e Competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, observou que a indústria aeroespacial apresenta grandes oportunidades para a economia catarinense.

“É uma plataforma tecnológica que tem aplicações no conceito de smart cities, agro 4.0, indústria 4.0, saúde 4.0 e que vai envolver setores industriais nas áreas de metalomecânica, instrumentação, hardware, sistemas de automação, mecânica de precisão, entre outros”.

Fiates diz ainda que existem amplas possibilidades de integração de entidades públicas e privadas e programas de fomento para o financiamento dos projetos.

Fonte: NDmais