Entidade Portuguesa promove Congresso Internacional de Riscos

24/10/2019 07:11

Em um contexto de ampla discussão sobre transformações, especialmente no âmbito climático e tecnológico, cada vez mais estes assuntos ganham espaço em eventos internacionais. Nesse âmbito, ocorrerá o V Congresso Internacional de Riscos, que discutirá as “Contribuições da Ciência para a redução do risco”, embasando-se principalmente no Marco de Sendai 2015-2020, documento da Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNISDR) que elenca medidas para o combate a catástrofes. O congresso ocorrerá em Coimbra, Portugal, entre os dias 18 e 22 de maio de 2020, e engloba acadêmicos de licenciatura e mestrado das mais diversas áreas do conhecimento.

A entidade responsável é a RISCOS, Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança, que ressalta a importância de diversificar os temas e campos dentro da discussão. “(…)a convergência de conhecimento e conhecimento científico, teórico, aplicado ou tecnológico, com o de entidades e parceiros com conhecimento teórico e experiência técnica, deve contribuir para a identificação metodológica, caracterização e avaliação de riscos naturais, antrópicos e mistos”, afirma a entidade, em tradução livre.

Para se inscrever você deve acessar o site e preencher um formulário, seguindo as devidas orientações. Lembrando que as inscrições terminam dia 30 de abril de 2020, porém possuem valores distintos, com valores maiores nas datas mais próximas do evento. Os acadêmicos não europeus que se inscreverem podem utilizar o PayPal para realizar a inscrição, conforme recomendado pela entidade, considerando que o serviço possui taxas inferiores aos bancos. O acadêmico também deve se ater às normas de submissão de resumos e posters.

No congresso serão 6 painéis, cujos temas variam de Ciência & Tecnologia na redução de riscos, Reabilitação pós-desastres e conscientização pública sobre catástrofes. Demais informações encontram-se na página do Congresso, que disponibiliza orientações para eventuais patrocinadores, e também indica como chegar ao local.

As temáticas e discussões remontam ao Marco de Sendai 2015-2020 que, segunda a entidade, possui as soluções mais resilientes para as catástrofes. As medidas propostas no documento, do qual o Brasil é signatário, apontam para práticas de cooperação e disseminação na mitigação de riscos, propondo medidas práticas nas mais variadas esferas como modo de institucionalizar o combate a catástrofes. Firmado em março de 2015, o Marco de Sendai sucede e baseia-se no Marco de ação de Hyodo 2005-2015, que também prima por divulgação e compreensão de riscos, mas se atém a seu tempo. Em Sendai, o avanço do marco anterior foi reconhecido, mas a continuidade foi dada, prevendo reduções substanciais de perdas humanitárias e econômicas ocasionadas por desastres.

Segundo dados do Sistema Integrado de Informação de Desastres (S2ID), da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa, foram 30 mil desastres entre 1991 e 2017, eventos que totalizam 7 milhões de desabrigados e aproximadamente 3500 mortes. A estimativa da Avaliação de Perdas e Danos (DaLAs), feita em 2012, aponta que somente em três desastres brasileiros (SC, em 2008, AL em 2010 e RJ em 2011) os gastos foram superiores à 15 bilhões. Essa quantia é suficiente para, por exemplo, manter a UFSC funcionando por uma década (com o orçamento de 2019), ou a cidade de São Paulo, em instância municipal, por um trimestre.  

Clique acima para ver o mapa feito pela UNISDR com a distribuição de cidades resilientes ao redor do globo. O Brasil atualmente se destaca no ranking, com 998 cidades resilientes (de um total de 5570), segundo a UNISDR, que as classifica como capazes de mitigar os danos com eficiência e absorver os impactos de catástrofes. Para um município ser considerado resiliente, ele deve adotar uma série de medidas que varia de mecanismos de ordenação de ações e infraestrutura, à comunicação e sistemas de alerta, tópicos que serão discutidos no evento.

 

Eduardo Vargas – Pró-Reitoria de Pesquisa UFSC