Série “Apoiando o Conhecimento” – Matéria #1

12/08/2021 09:00

A série “Apoiando o Conhecimento”, realizada pela Pró-reitoria de Pesquisa da UFSC, tem como objetivo apresentar os projetos aprovados pelos editais “Programa de Pesquisa Universal” e “Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde” da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), através do formato de mini entrevista com duas perguntas, onde os coordenadores dos grupos contam um pouco sobre o projeto.

O projeto “Estudo do reaproveitamento de resíduos da indústria vinícola como estabilizantes para polímeros biodegradáveis”, do Centro Tecnológico de Joinville, foi aprovado pelo edital  “Programa de Pesquisa Universal”. O edital busca projetos de diferentes áreas do conhecimento que contribuam para o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação.

O estudo tem como objetivo a reutilização do resíduo do vinho. Ou seja, cascas, restos de polpa e sementes de uvas descartadas no início do processo que na maioria das vezes acabam sendo enterrados. Esses “restos”, que não são necessários para a produção dos vinhos, possuem componentes químicos, como polifenóis que atuam como antioxidantes naturais que são capazes de servir como proteção contra a degradação térmica de polímeros biodegradáveis.

                                         

Resíduo vinícola seco                                                   Resíduo vinícola seco e moído

Confira a mini entrevista com o professor Wagner Maurício Pachekoski, coordenador do projeto.

  1. Quais resultados o projeto pretende alcançar?

Hoje, polímeros denominados como biodegradáveis vem ganhando importância mundial, pois são ambientalmente amigáveis ao se degradarem naturalmente com o passar do tempo. O problema é que esta mesma característica de biodegradabilidade faz com que estes polímeros sejam mais sensíveis à temperatura, principalmente quando estão sendo moldados no seu formato final. Isso significa que podem ser “danificados” pela temperatura enquanto são conformados em um copo, por exemplo. Este “dano” aparece no aspecto do polímero, que fica com aspecto de queimado e na resistência da peça final, que fica muito comprometida. Ao usar o resíduo vinícola, pretendemos anular este aspecto danoso que pode ocorrer no polímero biodegradável enquanto está sendo conformado. Com isso todos ganham, damos utilidade para um resíduo que muitas vezes é descartado e melhoramos o uso do plástico biodegradável, facilitando e ampliando o seu uso.

  1. Como ela será aplicada na sociedade catarinense?

Santa Catarina vem ganhando notoriedade nacional devido à qualidade de seus vinhos, e com isso a produção de resíduo vinícola vem aumentando exponencialmente. Só em 2019 foram geradas aproximadamente 12.200 toneladas de resíduos vinícolas, só no estado de Santa Catarina. Ao agregarmos valor em um produto que hoje é considerado lixo, caso do resíduo vinícola, poderemos permitir que estas indústrias não tenham despesas, mas sim lucro com este tipo de resíduo, gerando o seu reaproveitamento e evitando o seu descarte. A redução de impactos ambientais sobre o meio ambiente catarinense será evidente.

Escrito por: Giovanna Kila
Bolsista de jornalismo da Pró-reitoria de Pesquisa – UFSC

 

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