Série “Apoiando o Conhecimento” – Matéria #3

26/08/2021 09:00

A série “Apoiando o Conhecimento”, realizada pela Pró-reitoria de Pesquisa da UFSC, tem como objetivo apresentar os projetos aprovados pelos editais “Programa de Pesquisa Universal” e “Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde” da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), através do formato de mini entrevista com duas perguntas, onde os coordenadores dos grupos contam um pouco sobre o projeto.

O projeto “A internet como campo de disputas para a igualdade de gênero”, do Laboratório de Estudos de Gênero (LEGH) do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, foi aprovado pelo edital “Programa de Pesquisa Universal” da Fapesc. O edital busca projetos de diferentes áreas do conhecimento que contribuam para o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação. 

A pesquisa pretende entender como a internet e as redes sociais são utilizadas pelos movimentos feministas e de mulheres na construção da cidadania e reivindicação de direitos. Atualmente, as redes sociais têm um importante papel na organização, divulgação e reivindicação dos grupos, movimentos e manifestações. Porém, há também ações antifeministas, que se colocam contra os direitos das mulheres e contra a igualdade de gênero. O projeto busca também entender como esses conflitos e disputas ocorrem no espaço virtual. 

Confira a mini entrevista com a professora Cristina Scheibe Wolff, coordenadora do projeto.

Quais resultados o projeto pretende alcançar?

O projeto pretende, em primeiro lugar, fazer uma análise interdisciplinar, baseada nos estudos de gênero e nas teorias feministas, com uma perspectiva interseccional e decolonial, sobre o uso político das redes sociais e da internet pelos movimentos feministas e antifeminismo. Várias estudantes de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado participam da equipe, além de professoras de várias universidades. Dessa forma, um primeiro resultado muito importante será a formação de pesquisadoras e pesquisadores a partir dessa metodologia interdisciplinar que estamos desenvolvendo e aprendendo juntas. Resultarão teses, dissertações, TCCs, relatórios. Além disso, o projeto prevê, ao final, a publicação de um e-book, de vídeos, podcast e cartilhas. O e-book e, pelo menos um dos vídeos, deverão apresentar resultados da pesquisa. Outro vídeo, podcast e as cartilhas, visam, a partir dos resultados, auxiliar as pessoas e organizações para o uso seguro e ético das redes sociais e da internet, incluindo o público escolar. Também certamente iremos escrever artigos, que serão publicados em revistas. 

Como ela será aplicada na sociedade catarinense?

A pesquisa nas áreas das ciências humanas é considerada normalmente como “pesquisa básica”, ou seja, sua aplicação nem sempre é possível de verificar de maneira imediata ou mensurável. É diferente de criar um novo material, uma vacina, ou algo assim. Mas nossa pesquisa já nasce com a preocupação de elaborar materiais que tornem os resultados acessíveis a um público maior que o acadêmico, que inclua os movimentos sociais de mulheres, os coletivos feministas, e os professores do ensino fundamental, e o público em geral, e que esses materiais façam recomendações e sugestões no sentido de evitar as violências e assédios nas redes e na internet e de potencializar seu uso no sentido da igualdade de gênero. Várias das páginas web, movimentos e redes que iremos pesquisar estão em Santa Catarina, e, portanto, esperamos que a sociedade catarinense se beneficie desse conhecimento acumulado e da sua divulgação. 

Escrito por: Giovanna Kila
Bolsista de jornalismo da Pró-reitoria de Pesquisa – UFSC

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